A relação sexual na menopausa é um tema de grande importância para a saúde e bem-estar das mulheres.
As mudanças hormonais que ocorrem nesse período podem impactar a libido, a lubrificação vaginal e o conforto durante o ato sexual. No entanto, com o conhecimento adequado e estratégias apropriadas, é possível manter uma vida sexual satisfatória e saudável na menopausa.
Como a menopausa afeta a vida sexual?
A menopausa é caracterizada principalmente pela diminuição dos hormônios sexuais, especialmente estradiol e progesterona, o que pode resultar em diversas alterações, como:
- Ressecamento vaginal: A redução do estradiol leva à diminuição da lubrificação natural, tornando a relação sexual desconfortável ou até dolorosa.
- Diminuição da libido: Mudanças hormonais podem reduzir o desejo sexual, impactando a qualidade de vida e os relacionamentos.
- Alterações na elasticidade vaginal: A atrofia vaginal pode tornar os tecidos mais finos e menos elásticos, causando desconforto durante o sexo.
- Oscilações emocionais: Ansiedade, estresse e alterações no humor podem reduzir a disposição para a intimidade.
- Dores pélvicas: Algumas mulheres experimentam sensibilidade ou dor durante o sexo devido às mudanças nos músculos do assoalho pélvico.
Neurotransmissores e saúde sexual
A vida sexual ativa e satisfatória desempenha um papel fundamental na saúde e na longevidade, influenciando o bem-estar emocional, físico e até mesmo cognitivo.
Na menopausa, a relação sexual é um tema que vai muito além das alterações hormonais, interferindo na produção de neurotransmissores essenciais para o desejo e a resposta sexual, como a dopamina, a serotonina e a ocitocina.
Esses neurotransmissores não apenas regulam o prazer e a motivação sexual, mas também estão diretamente ligados ao humor, à qualidade do sono e ao controle do estresse.
A dopamina, por exemplo, é um dos principais responsáveis pela sensação de prazer e recompensa, e sua redução pode levar à diminuição do interesse sexual. A serotonina, conhecida por seu papel na regulação do humor e na sensação de bem-estar, também tem influência na resposta sexual, podendo tanto estimular quanto inibir o desejo, dependendo de sua concentração no organismo.
Já a ocitocina, muitas vezes chamada de “hormônio do amor”, é liberada durante o contato íntimo e fortalece os vínculos afetivos, promovendo relaxamento e sensação de segurança no relacionamento.
Manter uma vida sexual ativa na menopausa pode ser um grande aliado da longevidade, pois a atividade sexual regular pode estar associada a uma melhor saúde cardiovascular, à redução do estresse e até à melhoria da função imunológica.
Como exemplo, o aumento da circulação sanguínea durante a excitação e o orgasmo contribui para a oxigenação dos tecidos, beneficiando não apenas os órgãos genitais, mas todo o corpo. A liberação de endorfinas, que ocorre durante o sexo, atua como um analgésico natural e auxilia na redução de dores musculares e articulares, comuns no envelhecimento.
Portanto, preservar a qualidade de vida sexual na menopausa é de grande importância.
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Estratégias para melhorar a relação sexual na menopausa
Embora a menopausa traga desafios, existem diversas formas de manter a intimidade e melhorar a qualidade da relação sexual:
1. Terapia Hormonal
A reposição de hormônios bioidênticos pode ser uma alternativa para restaurar o equilíbrio hormonal, melhorando a lubrificação vaginal, a elasticidade dos tecidos e o desejo sexual. Sempre consulte um médico para avaliar a melhor abordagem para o seu caso.
2. Uso de lubrificantes e hidratantes vaginais
Lubrificantes à base de água ou silicone podem reduzir o desconforto durante o sexo. Hidratantes vaginais de uso contínuo ajudam a manter a saúde da mucosa vaginal ao longo do tempo. Sempre consulte um médico para indicação correta do produto a ser utilizado, a fim de evitar irritações, alergias e alterações do pH vaginal.
3. Alimentação e suplementação
A dieta pode influenciar diretamente a saúde hormonal e sexual. Algumas estratégias benéficas incluem:
- Maior consumo de proteínas e gorduras boas, para aumento da energia
- Ômega-3 e antioxidantes para reduzir a inflamação e melhorar a circulação sanguínea;
- Magnésio e zinco, essenciais para a produção de hormônios sexuais.
4. Exercícios para o assoalho pélvico
A prática de exercícios específicos para o assoalho pélvico ajuda a fortalecer os músculos da região, podendo melhorar a lubrificação, a sensibilidade e a resposta sexual.
5. Comunicação e aspectos psicológicos
Manter um diálogo aberto com o parceiro(a) sobre as mudanças e necessidades pode fortalecer a conexão emocional e melhorar a intimidade. Terapias comportamentais e sexologia também podem ser aliadas importantes.
6. Atividade física e estilo de vida
Exercícios regulares ajudam a melhorar a circulação sanguínea, a produção hormonal e a autoestima, fatores essenciais para uma vida sexual ativa e satisfatória.
Há espaço para o prazer na menopausa!
A relação sexual na menopausa pode ser desafiadora, mas não precisa ser um problema. Com conhecimento, cuidados adequados e acompanhamento médico, é possível manter uma vida íntima ativa e prazerosa.
O mais importante é entender que cada mulher vivencia essa fase de maneira única, e existem múltiplas abordagens para garantir bem-estar e qualidade de vida.
Se você enfrenta dificuldades nesse período, procure um profissional de saúde com amplos conhecimentos em saúde hormonal e sexualidade feminina para um acompanhamento personalizado.