A vitamina D é um pró-hormônio, conhecido comumente por ser a vitamina do sol.
Por isso, é comum pensar que o uso do protetor solar pode bloquear a absorção da vitamina D.
Mesmo o Brasil sendo um país de clima tropical e com grande incidência de raios solares, segundo o IBGE, a maioria dos brasileiros sofre com insuficiência de vitamina D.
Estima-se que, atualmente, uma em cada três pessoas que vivem no ambiente urbano possui deficiência da vitamina D devido à falta de exposição ao sol.
Contudo, será que para restituir os níveis de vitamina D é preciso descartar o protetor solar?
Continue a leitura e compreenda se o uso do protetor solar bloqueia a absorção de vitamina D.
Afinal, o uso de protetor solar bloqueia a absorção de vitamina D?
A vitamina D é essencial para o sistema imunológico, gastrointestinal e para a saúde dos ossos, e a forma mais fácil de metabolizar a vitamina, que está presente em alguns alimentos, é tomar sol.
Um estudo evidenciou que o filtro solar com acima de 50 diminui significativamente a produção cutânea de vitamina D após uma única exposição ao UVB.
Além disso, é indicado que, para promover a absorção de vitamina D, o corpo do indivíduo seja exposto ao sol sem o bloqueio de um filtro solar, por cerca de 20 minutos.
Contudo, é importante relembrar que o protetor solar deve ser utilizado diariamente para prevenir câncer de pele, queimaduras e fotoenvelhecimento, devendo ser aplicado na pele sempre que o indivíduo permanecer exposto ao sol por tempo superior aos 20 minutos.
No entanto, independente de o protetor solar bloquear a absorção de vitamina D, os níveis de vitamina D obtidos por meio da exposição ao sol não são suficientes para suprir as necessidades do nosso organismo.
Portanto, além da exposição saudável ao sol, também é recomendado obter o hormônio de outras fontes, tais como a suplementação orientada por um profissional com conhecimento da hormonologia.
Conhecendo a importância da vitamina D
A vitamina D, como esclarecido inicialmente, é na realidade um hormônio, que, consequentemente, possui funções amplamente relacionadas às atividades hormonais.
Suas duas principais formas são a vitamina D2 (ergocalciferol) e a vitamina D3 (colecalciferol).
No fígado, a vitamina D3 é transformada em 25 hidroxi-vitamina D, sendo que essa é a vitamina D medida nos exames de sangue. No entanto, a forma ativa da vitamina D é o calcitriol, obtido a partir da transformação da 25 hidroxi-vitamina D nos rins.
Entretanto, as funções do pró-hormônio são muito mais amplas, abrangendo cerca de 80 funções de restauro e reparo no organismo humano.
É a partir da Vitamina D que se produz as catelicidinas, proteínas de alto poder antibiótico, capazes de neutralizar vírus, bactérias, fungos e parasitas.
Além disso, o hormônio D também é responsável pela ativação de mais de 3500 genes.
Nesse sentido, manter o seu equilíbrio e a sua ingestão equilibrados é de extrema importância para proporcionar suas funções benéficas ao organismo humano que, além de tudo, ocorrem juntamente com outros importantes hormônios que possibilitam saúde e qualidade de vida, como o estradiol, testosterona, progesterona e cortisol.
Apesar de sua importância, a deficiência de vitamina D ainda atinge grande parte da população mundial.
De acordo com o American Journal of Clinical Nutrition, mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo são deficientes ou insuficientes em vitamina D.
Mesmo com a chegada do verão, época em que a população costuma expor-se por períodos maiores de tempo ao sol, é necessária a conscientização a respeito da ineficácia dos raios solares para oferecer níveis adequados de Vitamina D, bem como do próprio corpo em absorvê-la para seus fins de restauro e reparo.
Nesse sentido, além da exposição saudável aos raios solares, a obtenção de Vitamina D também necessita de outras origens, através da suplementação orientada por um profissional médico, de acordo com a necessidade individual.
Vitamina D e suplementação
Essa importante vitamina transforma-se em hormônio a partir da conversão do ergocalciferol através do fígado. O que é desencadeado através de alimentos ricos em ômega-3 como por exemplo peixes de águas profundas e linhaça.
Entretanto, a conversão não é considerada o suficiente para a produção de níveis de hormônio D eficazes para a ação protetora referente ao sistema imunológico, um dos grandes papéis do pró-hormônio no organismo humano.
Dessa forma, é possível obter de forma alternativa a vitamina D por meio dos alimentos, entre os quais podemos citar:
- Peixes gordurosos, como salmão e atum;
- Óleo de fígado de bacalhau;
- Gema de ovos;
- Bife de fígado;
- Cogumelos;
- Leites, bebidas vegetais e cereais fortificados.
Como podemos observar, fontes de vitamina D com origem vegetal são poucas e normalmente em menor concentração, sendo importante optar por alimentos fortificados, ou suplementar ela.
Como alternativa para sua absorção, os suplementos de vitamina D ou compostos multivitamínicos, que combinam nutrientes variados, como vitamina C, D e zinco, por exemplo, são ótimas formas de assegurar a ingestão necessária para uma vida saudável.
Em geral, obter a vitamina D exclusivamente por meio da dieta não é tarefa fácil e o suplemento de vitamina D pode ser considerado como uma solução viável.
Revisões sistemáticas e ensaios randomizados sobre a suplementação de vitamina D comprovam os benefícios na força muscular, no equilíbrio e na prevenção de quedas e fraturas. Observou-se que doses mais elevadas de vitamina D (700 a 1.000 Ul/d) e consequentes concentrações séricas superiores de 25(OH)D (30 a 44 ng/mL)13 são mais eficientes.
Ainda assim, apesar dos benefícios, recomenda-se buscar orientações de um profissional de confiança para não exceder os níveis saudáveis da vitamina no organismo.