Inflamação crônica subclínica: uma ameaça silenciosa

Você conhece os perigos da inflamação crônica subclínica?

Essa palavra pode parecer complicada e, provavelmente, você nunca ouviu falar sobre o assunto. Acontece que todos os dias nosso organismo passa por diversas agressões que inicialmente parecem inofensivas, porém, se tornam catastróficas para a sua saúde.

Má alimentação, estresse, poluentes, entre outros fatores, fazem parte desses nocivos agressores, que afetam negativamente a sua longevidade sem que você perceba.

Em face a essas ameaças, o corpo humano inicia a produção de citocinas, um grupo de proteínas que age em sua defesa.

Através dessas proteínas, é possível controlar o processo de resposta do corpo às agressões sofridas. Contudo, o grande problema é a frequência de ativação desse mecanismo de defesa, que permanece em alerta com a presença de potenciais agressores.

Em resumo, viver estressado, dormindo e alimentando-se mal, sem equilibrar a sua rotina, acarreta na progressão de um problema de inflamação inicialmente agudo, para um quadro de Inflamação Crônica Subclínica.

Continue até o final do artigo para saber o que é Inflamação Crônica Subclínica.

Uma inflamação silenciosa

Como foi possível compreender, a inflamação crônica é uma ameaça silenciosa que, aparentemente, não demonstra sinais do seu perigo para a saúde de um indivíduo.

É possível apontar como principal característica dessa condição, a completa dissociação entre sinais e sintomas.

Afinal, a pessoa vive como se a sua saúde estivesse 100% em dia. No entanto, a inflamação crônica ativa frequentemente as citocinas pró-inflamatórias que, inicialmente, servem para proteger o corpo e acabam se transformando no principal perigo da situação.

Segundo um estudo recente, realizado com 40 norte-americanos, foram encontradas hipóteses de uma possível relação entre o estresse crônico, a inflamação e a incidência de doenças cardiovasculares.

Para os pesquisadores, as descobertas corroboram com a anterior compreensão de que fatores relacionados ao estilo de vida não saudável podem gerar consequências nocivas para a saúde do ser humano. 

Um grande exemplo, comprovado através do estudo, ressalta a falta ou incapacidade de gerenciamento de estresse no cotidiano, como uma atitude que gera tais consequências.

Além disso, a partir da ativação das proteínas, são desencadeadas reações no sistema imunológico que podem danificar qualquer órgão do corpo humano.

Os exemplos de órgãos mais vulneráveis a esse processo são as artérias, o intestino, as articulações, os sistemas hormonais e os hormônios. Todos esses sistemas são atacados por anos a fio sem que o organismo expresse sintoma algum.

Outro fator preocupante que envolve a inflamação crônica subclínica é a sua probabilidade de ocasionar morte súbita, que se apresenta em 55% dos casos.

Essa consequência, na maioria das vezes, ocorre sem que o indivíduo esboce quaisquer sintomas, manifestando apenas um mal, como o infarto do miocárdio.

Nesse sentido, uma consequência antes associada ao colesterol, na realidade, está diretamente conectada com a inflamação crônica subclínica.

Afinal, uma ação desencadeia a outra. Por exemplo, para que o colesterol fique acumulado pelos vasos sanguíneos, é preciso que exista uma inflamação no organismo. Diferentemente, o colesterol simplesmente circula livre pelo corpo.

É possível prevenir a Inflamação Crônica?

Até aqui, compreendemos que a inflamação crônica é resultado de ameaças diárias e silenciosas ao corpo humano.

Ameaças essas que, em sua maioria, são ocasionadas por hábitos nocivos à saúde, como a má alimentação, a exposição ao estresse, a falta de exercícios físicos e outros fatores.

É importante salientar que, além de desenvolver a inflamação crônica, hábitos nocivos também podem dificultar outros processos essenciais para que um indivíduo viva com qualidade todos os dias.

Considerando esse cenário, é possível ampliar a compreensão a respeito de doenças comumente atreladas ao envelhecimento, encontrando a origem desses eventos catastróficos na condição de inflamação crônica subclínica.

Afinal, ela é uma condição que silenciosamente trabalha para esgotar a capacidade regenerativa de diversos sistemas do corpo humano.

Nesse sentido, para tratar a condição é necessário cuidar da sua saúde enquanto você está saudável.

Segundo a ciência, a prática de atividades físicas pode reduzir o risco que a Inflamação Crônica Subclínica apresenta para o desenvolvimento de doenças não transmissíveis, como as anteriormente citadas.

Retornamos então a esse importante questionamento:

É possível prevenir a Inflamação Crônica?

A grande resposta para esse questionamento é: sim! Através do comprometimento com a adoção de um estilo de vida saudável, bem como o acompanhamento médico regular, é possível prevenir a inflamação crônica subclínica.

Confira também, 5 hábitos para envelhecer com saúde.

O conceito de inflam-envelhecimento

Conforme citado no tópico anterior, as diversas doenças responsáveis pelo declínio da qualidade de vida, que erroneamente sempre foram associadas ao envelhecimento, hoje são amplamente estudadas pela medicina.

Tais manifestações são, na verdade, relacionadas a uma base inflamatória. Começam e terminam com a inflamação crônica subclínica.

Felizmente, estamos em uma era onde contamos com recursos para mensurar, quantificar e hierarquizar os marcadores envolvidos nesse processo.

Ao identificar a manifestação desses sinais silenciosos, é possível intervir na vida do indivíduo e reverter a situação. Esse diagnóstico é fundamental para evitar doenças ou até mesmo a morte súbita.