Quando falamos sobre reposição de Vitamina D, muitas dúvidas surgem sobre o assunto.
Afinal, quando é necessário realizar? É possível obter níveis suficientes através da luz solar? É necessário suplementar diariamente ou apenas em períodos específicos?
Neste artigo buscamos esclarecer diversos questionamentos a respeito do tema.
Siga a leitura e saiba mais!
Reposição de Vitamina D: um assunto importante para a saúde
Se você acompanha nossos conteúdos, já sabe que a Vitamina D ocupa um papel vital para o organismo.
O pró-hormônio é responsável por mais de 80 funções de restauro e reparo no corpo humano e, além disso, produz as catelicidinas, proteínas de alto poder antibiótico, capazes de neutralizar vírus, bactérias, fungos e parasitas.
Sua produção ocorre em uma cascata hormonal junto de outros hormônios como estradiol, testosterona, progesterona e cortisol, os quais são essenciais para a saúde e bem-estar de indivíduos de todos os gêneros e idades.
Por mais que tenhamos diversos estudos científicos que apoiam a sua importância, a Organização Mundial da Saúde sinaliza que metade da população mundial apresenta quantidades insuficientes da Vitamina D.
A literatura científica associa as baixas taxas com fraqueza óssea, problemas cardíacos, diabetes, câncer, demências e até doenças autoimunes, como a esclerose múltipla. Para saber mais a respeito, clique aqui e confira nosso artigo Vitamina D: para que serve e como obtê-la.
Tendo isso em vista, surge o questionamento: quando a reposição de Vitamina D é necessária?
De acordo com as Diretrizes da SOBRAF (Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia), ao longo da última década, tem sido finalmente reconhecido nos meios científicos que a deficiência de Vitamina D é uma pandemia que assola todos os redutos deste planeta.
De 20 até 100% em determinadas regiões dos EUA, Canadá e Europa são deficientes. No Brasil, chega a 77% de insuficiência de vitamina D menor que 20ng/ml.
Estudos mostram que cerca de 78% da população mundial possui níveis circulantes abaixo de 30 ng/mL, o que coloca estas pessoas em um patamar de alto risco para o desenvolvimento de doenças degenerativas, doenças cardiovasculares, doenças autoimunes, autismo, problemas cognitivos.
A SOBRAF também aponta que os custos de tratamento de doenças poderiam sofrer um corte de pelo menos 50% se fossem estimulados programas de educação, conscientização e suplementação em massa de Vitamina D, com o objetivo de manter as pessoas com níveis séricos superiores a 50 ng/mL.
Dessa maneira, a conclusão das Diretrizes é de que, diante da pandemia vigente da deficiência de Vitamina D e os conhecimentos dos potenciais benefícios para a saúde, torna-se imperativo a avaliação clínica e laboratorial, bem como a suplementação desse pró-hormônio.
Entenda a razão pela qual se expor ao sol pode não ser suficiente
Por mais que a luz solar seja a mais importante fonte de obtenção de Hormônio D, nem sempre a exposição ao sol consegue suprir as necessidades que temos em nosso organismo relacionadas à Vitamina D, já que existem algumas variáveis que interferem para que obtenhamos níveis ótimos.
Entenda abaixo:
- O sol precisa incidir da forma mais perpendicular possível sobre a pele, o que só é viável no horário entre às 11h e às 14h.
- Para que possamos usufruir de bons níveis de Vitamina D, é essencial que ao menos 80% do nosso corpo seja exposto diariamente à luz do sol.
- Temos também outra questão relacionada à obtenção de Hormônio D a partir da luz do sol: a latitude. Quanto mais ao norte ou ao sul for um país, menor a incidência perpendicular dos raios. Consequentemente, as pessoas vão necessitar de mais tempo de exposição ao sol para produzir a quantidade necessária de Vitamina D.
- Outro ponto se dá em relação às estações do ano. Países com latitudes mais elevadas apresentam estações do ano bem definidas. Assim, o outono e o inverno trazem poucos dias ensolarados, prejudicando a produção de Hormônio D.
- A idade cronológica pode influenciar na obtenção desse hormônio esteróide, visto que a pele envelhecida – cronologicamente falando – apresenta mais dificuldade para a quebra do 7-Dehidrocolesterol.
- Por fim, a tonalidade da pele também favorece ou prejudica a obtenção do Hormônio D. Quanto mais escura for a cor da pele, maior será a necessidade de exposição ao sol.
Tendo isso em vista, é muito difícil que um indivíduo consiga suprir toda a sua necessidade de Hormônio D através da exposição solar.
Dessa forma, a suplementação pode ser recomendada por um médico, desde que a indicação seja realizada de forma individualizada, considerando as características e queixas do paciente em questão.
A individualização da dose de Vitamina D precisa ser orientada por um médico capacitado.