O magnésio é um dos minerais mais importantes para o funcionamento celular, mas também um dos mais carentes na dieta moderna.
Não basta apenas suplementar: existem diferentes sais e formas químicas de magnésio, cada uma com propriedades específicas de absorção, tolerância e afinidade tecidual.
Na prática clínica integrativa, compreender essas diferenças é essencial para indicar a forma certa para cada paciente, de acordo com suas necessidades metabólicas e clínicas.
O que diferencia as formas de magnésio?
As formas de magnésio se distinguem principalmente em:
- Biodisponibilidade: capacidade de ser absorvido e utilizado.
- Efeitos específicos: atuação preferencial em determinados tecidos (sistema nervoso, músculo, intestino).
- Tolerância gastrointestinal: algumas formas causam mais diarreia ou desconforto que outras.
Principais formas de magnésio e suas aplicações clínicas
- Magnésio glicinato
- Composição: magnésio ligado ao aminoácido glicina.
- Absorção: alta biodisponibilidade.
- Indicações:
- Ansiedade, estresse e insônia (ação calmante da glicina).
- Boa opção para uso noturno.
- Tolerância: bem aceito, baixo risco de diarreia.
- Magnésio treonato
- Composição: magnésio ligado ao ácido treônico, derivado da vitamina C.
- Absorção: atravessa mais facilmente a barreira hematoencefálica.
- Indicações:
- Suporte cognitivo (memória, foco).
- Distúrbios de humor associados à neuroinflamação.
- Evidências: estudos iniciais sugerem benefícios em envelhecimento cerebral.
- Tolerância: boa, mas custo mais elevado.
- Magnésio dimalato
- Composição: magnésio ligado ao ácido málico.
- Absorção: boa biodisponibilidade.
- Indicações:
- Fadiga crônica e dor muscular (ácido málico participa do ciclo de Krebs).
- Apoio energético em pacientes com fibromialgia.
- Tolerância: geralmente bem aceito.
- Magnésio citrato
- Composição: magnésio ligado ao ácido cítrico.
- Absorção: alta, mas efeito osmótico significativo.
- Indicações:
- Constipação intestinal leve a moderada.
- Uso pontual como laxativo osmótico.
- Tolerância: pode causar diarreia em doses maiores.
- Magnésio óxido
- Composição: forma inorgânica de magnésio.
- Absorção: baixa (em torno de 4%).
- Indicações:
- Uso em antiácidos e laxantes.
- Tolerância: alta chance de desconforto gastrointestinal.
- Limitação: pouco indicado quando se busca reposição nutricional.
- Magnésio cloreto
- Absorção: moderada, especialmente em solução.
- Indicações:
- Suporte digestivo e uso tópico (óleo de magnésio).
- Limitações: pode irritar mucosa gástrica quando ingerido puro.
- Magnésio taurato
- Composição: magnésio ligado ao aminoácido taurina.
- Indicações:
- Apoio cardiovascular (pressão arterial, função cardíaca).
- Tolerância: boa, embora menos disponível no mercado.
Visão integrativa
- Escolha personalizada: cada paciente pode se beneficiar mais de uma forma específica.
- Combinação de formas: em alguns casos, usar mais de uma forma em doses menores pode trazer efeito sinérgico.
- Atenção ao intestino: em pacientes com diarreia ou síndrome do intestino irritável, evitar formas osmóticas como o citrato.
- Suporte amplo: o magnésio atua em múltiplos sistemas — escolher a forma correta é parte da personalização do cuidado.
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Conclusão
O magnésio não é um suplemento único: cada forma tem propriedades e aplicações distintas.
Compreender as diferenças entre glicinato, treonato, dimalato, citrato, óxido, cloreto e taurato permite ao médico oferecer uma suplementação mais precisa, eficaz e tolerável.
Para pacientes, isso significa resultados mais consistentes e menos efeitos adversos.
Para médicos, é a chance de aplicar um olhar integrativo e personalizado até mesmo em um mineral essencial.
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