O Declínio Gonadal feminino produz diversas mudanças no corpo da mulher.
Ele é popularmente conhecido pelo termo menopausa, o que cientificamente consideramos como o exato período em que a menstruação da mulher é interrompida.
Contudo, a menopausa é, na realidade, um evento que possui sintomas silenciosos e produz efeitos nocivos para a saúde e qualidade de vida da mulher.
Por isso, ignorar tais sintomas e reduzi-los aos fogachos ou ondas de calor é uma atitude perigosa, principalmente quando o fenômeno natural apresenta consequências que não podem ser consideradas normais.
Um estudo procurou analisar a relação entre os distúrbios causados pela menopausa, conhecidos como sintomas vasomotores (VMS) e condições crônicas a longo prazo, como doenças cardiovasculares, osteoporose e comprometimento cognitivo.
Segundo os pesquisadores, há um crescente corpo de evidências que demonstram que os sintomas vasomotores, como a sudorese noturna, aumento de peso, e outros sintomas relacionados à menopausa podem ser um biomarcador para doenças crônicas.
Continue a leitura e compreenda mais sobre as mudanças que o corpo da mulher vivencia durante o declínio gonadal feminino.
Afinal, que mudanças o declínio gonadal feminino provoca no corpo da mulher?
No Brasil, entre os quarenta e oito (48) e cinquenta e dois (52) anos, as mulheres presenciam o fim dos seus ciclos menstruais – evento que já definimos como menopausa.
Mesmo sendo um acontecimento fisiológico natural e inevitável, que ocorre devido ao esgotamento dos óvulos, além de ocasionar o fim dos ciclos ovulatórios e a capacidade reprodutiva da mulher, o declínio percorre a vida de uma mulher desde os seus 35 anos.
Isso porque, antes da menopausa ocorrer, surge o climatério, uma fase que inicia por volta dos 35 anos e vai até o entorno de seus 65 anos de vida.
É durante o climatério, por exemplo, que ocorrem alterações hormonais que ocasionam sintomas nocivos para a saúde, bem-estar e qualidade de vida da mulher, provocando alterações metabólicas que aumentam o risco de doenças crônicas.
Com a menopausa, o microbioma intestinal sofre alterações, que foram analisadas através de um estudo, publicado pelo The Journal of The North American Menopause Society.
Para os pesquisadores, as alterações geradas pelo declínio hormonal apresentam aumento da adiposidade, diminuição da taxa metabólica e resistência à insulina.
Outro estudo, da Universidade da Califórnia, procurou investigar os possíveis influenciadores para o desenvolvimento de depressão em homens e mulheres.
Segundo os pesquisadores, as evidências apontam que as mulheres possuem um risco quase duas vezes maior de desenvolver depressão do que os homens.
Isso porque, a inflamação pode ter grande relação com essa condição, devido ao declínio hormonal vivenciado em sua vida durante a menopausa.
Conheça as consequências da Menopausa
Como foi possível compreender até aqui, o declínio gonadal feminino possui vasta sintomatologia e produz diversas mudanças no corpo da mulher.
Dentre os sintomas, o mais conhecido é a interrupção do ciclo menstrual em mulheres com mais de 35 anos, conhecido cientificamente como amenorreia secundária.
Outros sintomas amplamente conhecidos e relacionados ao período são os fogachos e ondas de calor, que duram cerca de três a cinco anos e costumam piorar no ano seguinte à última menstruação.
Além disso, o sintoma acomete mais de 80% das mulheres que enfrentam o climatério, demonstrando indícios do desequilíbrio hormonal causado pelo período.
De acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia Humana (Sobraf), outros sintomas também estão relacionados ao declínio gonadal feminino e podem ser considerados um biomarcador para o desenvolvimento de doenças crônicas. São eles:
- Sudorese noturna;
- Insônia;
- Fragilidade imunológica;
- Labilidade emocional;
- Ressequidão vaginal;
- Dispareunia;
- Declínio cognitivo;
- Ressecamento da pele;
- Queda de cabelos;
- Aumento do peso total;
- Aumento do percentual de gordura;
- Perda de massa magra;
- Perda de massa óssea;
- Redução da libido;
- Comprometimento da qualidade de vida.
Considerando tal cenário sintomatológico, é fundamental a compreensão a respeito da nocividade do quadro, bem como a busca por profissionais com conhecimento em hormonologia, para que sejam indicadas as orientações para a terapia hormonal individualizada.