Como aumentar os telômeros?

Um estudo publicado no no NCBI em 2011 chamou a atenção da comunidade médica ao demonstrar que a manutenção de uma dieta saudável e a prática de atividades físicas potencializam o aumento dos telômeros.

Além disso, como veremos a seguir, outras práticas benéficas à saúde podem prevenir o atrito excessivo dos telômeros, postergando ou prevenindo o desenvolvimento de doenças que podem surgir ao longo da vida.

Entretanto, você deve estar se questionando: o que exatamente são os telômeros? 

De acordo com a vencedora do Prêmio Nobel de 2009, Elizabeth Blackburn, os telômeros podem ser associados ao acabamento de um cadarço.

Por exemplo, pegue seu sapato com cadarços. 

Agora, observe que no final deste cadarço existe um acabamento, que protege ele de se desgastar ou desfiar. Tal acabamento foi comparado ao telômero por Blackburn.

Cientificamente falando, o telômero é a capa protetora para as células estruturais do corpo, que são os cromossomos, também conhecidos por carregar o DNA de cada ser humano.

Nesse sentido, o desgaste ou redução dos telômeros torna o material genético desprotegido e incapaz de se renovar de maneira apropriada.

Conforme as descobertas da cientista, reveladas em seu livro “O efeito telômero: uma abordagem revolucionária para ser mais jovem e saudável por mais tempo”, para recuperar essas estruturas, é necessário manter-se saudável ao longo da vida.

Continue a leitura para compreender mais sobre o assunto.

Afinal, o que são e para que servem os telômeros?

Como citado anteriormente, os telômeros são responsáveis por proporcionar a proteção aos cromossomos, que carregam o nosso DNA.

É responsabilidade de cada cromossomo carregar informações genéticas específicas na forma de genes, replicando-se de acordo com os processos genéticos do corpo humano.

Em sua extremidade estão os telômeros, uma peça chave para a promoção de proteção contra danos ou fusão com outros cromossomos próximos.

Mesmo que sejam estruturas minúsculas, os telômeros representam um papel de extrema importância para a prevenção de doenças e a redução dos efeitos causados pelo declínio hormonal e, consequentemente, o envelhecimento.

Entretanto, junto ao processo fisiológico de divisão celular, os filamentos de DNA dos telômeros vão tornando-se mais curtos, justamente porque eles se dividem junto ao processo para prevenir a perda genética durante ele.

É neste momento que ressalta-se a importância de uma enzima chamada telomerase, encontrada em células para auxiliar a prevenir esse desgaste excessivo – que inclui o encurtamento dos telômeros.

A partir dessa enzima é possível adicionar sequências de telômeros às extremidades dos cromossomos, porém, a maioria das células não possui a telomerase em sua composição, acarretando em seu encurtamento com o tempo.

Contudo, de acordo com o mesmo estudo citado no início desse artigo, evidências apontam que fatores de estilo de vida podem afetar a saúde e a longevidade de um indivíduo, consequentemente, ocasionando a redução no tamanho dos telômeros.

De acordo com os pesquisadores, é possível provocar o aumento dos telômeros a partir da adoção de um estilo de vida mais saudável, de forma a prevenir a aceleração do ritmo de envelhecimento.

Nesse sentido, tornam-se os pilares de uma vida saudável a prática de exercícios, uma dieta saudável, o gerenciamento do sono e do estresse e outros hábitos cotidianos que trabalham positivamente para o aumento dos telômeros e a prevenção de patologias e infecções, destacando a importância de uma avaliação médica individualizada.

É possível aumentá-los?

Como foi possível compreender até aqui, em cada extremidade do cromossomo que faz parte de nosso genoma possuímos uma estrutura fixa de bases, chamada de telômeros. 

Entretanto, junto a replicação das células (divisão celular) e o envelhecimento, o processo vai danificando essa extremidade, acarretando em seu encurtamento.

Por conta disso, os cromossomos começam a entrar em disfunção e o ser humano começa a envelhecer.

A base bioquímica do processo de envelhecimento é a degeneração dos telômeros, fator que possui completa ligação com a longevidade.

Segundo um estudo, o encurtamento do telômero atua como um mecanismo de contagem que impulsiona a senescência replicativa, limitando o potencial das células para realizar suas determinadas funções.

Para os pesquisadores, o encurtamento dessa capa protetora, além de estar associado ao envelhecimento e doenças neurodegenerativas, também possui relação com distúrbios como o câncer.

Nesse sentido, provocar o seu aumento torna-se ainda mais evidente para evitar os danos oxidativos e o estresse replicativo causado por fatores genéticos, epigenéticos e ambientais.

Outro estudo analisou o comprimento dos telômeros de 35 homens com câncer de próstata de baixo risco, convidando 10 participantes a realizarem mudanças no estilo de vida.

Tais mudanças envolveram: seguir uma dieta saudável, praticar exercícios regularmente e gerenciar o estresse através de terapias individuais ou em grupo.

Os pesquisadores compararam os resultados dos 10 participantes com hábitos de vida saudáveis com os outros 25 que não realizaram mudanças no estilo de vida, encontrando um aumento considerável dos telômeros cinco anos após a mudança.

O aumento dos telômeros pode ser a chave para uma longevidade mais saudável?

Afinal, qual a relação dos telômeros com uma longevidade mais saudável?

Considerando as descobertas reveladas ao longo deste artigo, é possível compreender a extensa relação entre a importância do equilíbrio hormonal e a promoção de aumento dos telômeros.

Isso porque as pessoas que vivem mais são as que vivem com os hormônios em equilíbrio e possuem menor desgaste dos telômeros. Principalmente quando consideramos a importância do equilíbrio hormonal para ter uma vida saudável e, consequentemente, ocasionar o aumento dos telômeros a partir de tais hábitos.

É claro que o processo de restauro, não somente dos telômeros, mas também de outras estruturas do corpo humano, é um processo individual.

Por conta disso, torna-se indispensável o acompanhamento profissional médico para que seja conduzida uma avaliação individualizada e focada nas necessidades de cada pessoa, provocando a redução para o risco de desenvolvimento de inúmeras doenças causadas pelo desequilíbrio hormonal e desgaste dos telômeros.