A atividade física é uma parte crucial de um estilo de vida saudável e equilibrado. Além de ajudar na prevenção de diversas doenças crônicas, como obesidade, diabetes e hipertensão, a prática regular de exercícios físicos traz diversos benefícios para o bem-estar físico e mental.
No entanto, apesar dos muitos benefícios, uma grande parcela da população brasileira ainda não pratica atividades físicas regularmente. De acordo com dados do Ministério da Saúde, apenas 40% dos brasileiros realizavam atividades físicas com frequência.
No artigo que compartilhamos abaixo, vamos explorar a importância da atividade física na vida das pessoas. Também como ela pode ajudar a evitar ou reduzir a inflamação crônica. Confira!
A inflamação crônica
A inflamação é uma resposta imunológica normal do organismo a agressores externos, como bactérias, vírus e lesões teciduais. Ela é um processo que visa proteger o corpo contra agentes nocivos, promover a cura e regeneração do tecido lesado. No entanto, quando a inflamação se torna persistente e duradoura, ela é conhecida como inflamação crônica.
A inflamação crônica ocorre quando o sistema imunológico não consegue desativar a resposta inflamatória e acaba atacando o próprio corpo, causando danos aos tecidos e órgãos. Isso pode acontecer por diversas razões, incluindo infecções persistentes, exposição a toxinas, obesidade, estresse crônico e doenças autoimunes.
Os sintomas da inflamação crônica podem incluir dor, inchaço, vermelhidão e perda de função do órgão afetado. Além disso, a inflamação crônica também pode contribuir para o desenvolvimento de uma série de condições de saúde, como diabetes, doenças cardíacas, câncer, doença de Alzheimer e artrite.
Embora a inflamação crônica seja muitas vezes silenciosa e assintomática, ela pode ser detectada por meio de exames laboratoriais que medem a presença de marcadores inflamatórios no sangue, como a proteína C-reativa (PCR) e a interleucina-6 (IL-6).
O tratamento da inflamação crônica depende da causa subjacente e pode incluir mudanças na dieta, exercícios físicos, redução do estresse, suplementos nutricionais e, se necessário, medicamentos anti-inflamatórios. O objetivo é reduzir a inflamação, aliviar os sintomas e prevenir complicações a longo prazo.
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A atividade física e a inflamação crônica
Como explicamos, a inflamação crônica é uma resposta imunológica inadequada a estímulos ambientais. Fatores de estilo de vida, como sedentarismo, alimentação inadequada, tabagismo e estresse crônico.
A atividade física tem sido reconhecida como uma intervenção não-farmacológica eficaz para prevenir e reduzir a inflamação crônica, em grande parte por seus efeitos anti-inflamatórios.
Vários estudos sugerem que a atividade física pode ajudar a reduzir os níveis de biomarcadores inflamatórios. Entre eles, podemos citar a proteína C-reativa (PCR) e as citocinas pró-inflamatórias, incluindo interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α).
A atividade física também pode modular a expressão gênica e a atividade das células imunológicas, incluindo os macrófagos, células T e células B.
O que dizem os estudos
Um estudo publicado no European Journal of Epidemiology avaliou a associação entre atividade física e níveis de PCR em uma amostra representativa de 2.868 indivíduos da população suíça.
Os resultados mostraram que indivíduos fisicamente ativos apresentaram níveis significativamente menores de PCR do que aqueles que eram sedentários.
Além disso, o estudo mostrou uma associação dose-resposta entre o nível de atividade física e os níveis de PCR, o que sugere que quanto mais atividade física, menor é a inflamação crônica.
Outro estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition investigou a associação entre atividade física e níveis de IL-6 em 4.435 mulheres idosas.
Os resultados mostraram que mulheres fisicamente ativas apresentaram níveis significativamente menores de IL-6 do que mulheres sedentárias.
O estudo também mostrou que mulheres que aumentaram sua atividade física durante o acompanhamento de quatro anos apresentaram uma redução significativa nos níveis de IL-6.
Apenas para citar mais um, outro estudo publicado na revista Annals of Behavioral Medicine avaliou os efeitos da atividade física em indivíduos com síndrome metabólica, uma condição que inclui obesidade, hipertensão arterial, níveis elevados de glicose no sangue e dislipidemia.
Os participantes do estudo se dividiram em dois grupos: um grupo que realizou exercícios físicos de intensidade moderada por 16 semanas e um grupo controle que não realizou exercícios físicos.
O grupo que realizou exercícios físicos apresentou uma redução significativa nos níveis de proteínas inflamatórias em comparação com o grupo controle.
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Não deixe a atividade física de lado
Como fica claro, a atividade física regular tem sido cada vez mais reconhecida como uma ferramenta poderosa para a prevenção e redução da inflamação crônica.
Os estudos mostram que a atividade física pode ajudar a reduzir os níveis de marcadores inflamatórios no corpo. Dessa forma, pode levar a uma melhor saúde geral e uma diminuição do risco de várias doenças crônicas.
Além disso, a atividade física também pode ajudar a melhorar a qualidade de vida. Portanto, incluir exercícios em sua rotina diária pode ser uma estratégia eficaz para prevenir e reduzir a inflamação crônica e melhorar sua saúde geral.
Por fim, se ainda não pratica atividade física regularmente, comece o quanto antes, mas converse com seu médico para saber quais exercícios e em que intensidade pode fazer. E para mais informações como esta, siga também nossas redes sociais. Estamos no Instagram, Facebook e YouTube.