A menopausa precoce se caracteriza pelo processo de esgotamento hormonal em mulheres com idade inferior a 48 e 52 anos.
Neste artigo abordamos as principais causas, sintomas e tratamentos adequados para o quadro.
Siga a leitura e saiba mais.
O que é a menopausa precoce e quais são as suas causas
A partir dos 48 anos as mulheres presenciam o fim dos seus ciclos menstruais. Tal momento é inevitável, pois ocorre devido ao esgotamento dos óvulos e, como consequência, ocasiona o fim dos ciclos ovulatórios.
A menopausa precoce, por sua vez, ocorre antes do período citado. De acordo com o portal PEBMED, a incidência de menopausa antes dos 45 anos pode ocorrer em até 10% das mulheres.
Tal quadro merece um olhar especial, visto que, quanto mais jovem uma mulher entra em menopausa, maior serão os processos catabólicos de envelhecimento. Além disso, estudos mostram que ela está associada a um maior risco de doenças cardiovasculares, osteoporose e declínio cognitivo.
Mas, afinal, o que pode levar uma mulher a ter um esgotamento hormonal precoce?
Gônadas ovarianas
As gônadas ovarianas se desenvolvem na vida embrionária e a quantidade de folículos que uma mulher vai possuir em seus ovários é determinada geneticamente. Ainda em vida intrauterina, uma mulher tem cerca de 3 a 3,5 milhões de folículos.
Ao nascer, tais folículos são reduzidos dramaticamente ao número aproximado de 300 mil e as mulheres estimulam-nos ao longo da vida. Dessa forma, é importante perceber que essa população pode estar diminuída ainda na gestação, contribuindo para a menopausa precoce.
Tudo irá depender do ambiente hormonal e do ambiente metabólico da gestante. Uma das principais causas da redução de folículos é a disfunção e deficiência do hormônio T3.
Exposição às infecções
A exposição às infecções também pode contribuir para a menopausa em sua forma precoce. Como exemplo, podemos citar o vírus da caxumba. Quando contraída na fase adulta, a doença pode ter uma seletividade pelo tecido ovariano, aniquilando-o de maneira prematura
Exposição à radiação ionizante
A radiação ionizante consiste em ondas eletromagnéticas com energia capaz de alterar a estrutura da matéria viva através da retirada de elétrons dos seus átomos. Dessa forma, o processo pode levar à morte da célula devido às alterações em seu interior.
As fontes não naturais de radiação ionizante são encontradas em procedimentos na área da saúde, como raios-x, tomografia computadorizada e radioterapia.
Além disso, existem outras formas de se expor às ondas eletromagnéticas. Como exemplo, podemos citar trabalhadores de indústrias nucleares e minas subterrâneas de hematita.
Uma revisão realizada pelo Hospital Israelita Albert Einstein buscou verificar o impacto dos efeitos tardios da radiação em crianças sobreviventes de câncer.
A insuficiência ovariana e a menopausa precoce foram observadas na coorte do Childhood Cancer Survivor Study (CCSS) com 14 mil sobreviventes de câncer na infância tratadas com irradiação pélvica. Essa exposição aumenta o risco durante a gravidez de aborto espontâneo, parto prematuro e baixo peso do bebê ao nascer.
Exposição aos raios-X
Segundo a ANS, a quantidade de exames por imagem realizados no Brasil é três vezes maior do que em países como Alemanha, França e Estados Unidos.
Exames de raios-X e tomografia computadorizada (TC) liberam radiação e, quando realizados de maneira excessiva, podem provocar uma série de comorbidades. Seu efeito é cumulativo no organismo, por isso, é muito importante ter cuidado e contar com o acompanhamento de médicos de confiança.
Cirurgias de remoção de ovários
Mulheres em idade fértil que são submetidas à remoção cirúrgica dos ovários entram na menopausa de forma precoce, visto que, sem os ovários, não há como ocorrer ovulação e produção adequada de hormônios sexuais
O termo iatrogenia deriva do grego e significa qualquer alteração patológica provocada no paciente pela má prática médica. Ressaltamos que a remoção dos ovários é um procedimento que traz inúmeras consequências à qualidade de vida de uma mulher e, dessa forma, só deve ser realizado quando outros protocolos não são viáveis.
Estilo de vida
Alguns fatores relacionados ao estilo de vida podem impactar o início da menopausa de forma prematura. Fumar tem efeitos antiestrogênicos que podem contribuir para a menopausa precoce.
Uma análise realizada em 2012 demonstrou que fumantes regulares ou de longo prazo provavelmente terão menopausa mais cedo. Mulheres que fumam podem começar a menopausa um a dois anos mais cedo do que mulheres que não fumam.
Sintomas da menopausa precoce
O quadro clínico da menopausa precoce pode estar correlacionado com vasta sintomatologia. Podemos citar:
- Interrupção do ciclo menstrual por período superior há 6 meses;
- Fogachos;
- Sudorese noturna;
- Insônia;
- Labilidade emocional;
- Ressequidão vaginal;
- Dispareunia;
- Declínio cognitivo;
- Fragilidade imunológica;
- Ressecamento da pele;
- Queda de cabelos;
- Aumento do peso total;
- Aumento do percentual de gordura;
- Perda de massa magra;
- Perda de massa óssea;
- Redução da libido;
- Comprometimento da qualidade de vida.
Existe tratamento para a menopausa precoce?
A menopausa precoce gera inúmeras consequências negativas para a saúde física e mental de uma mulher.
Dessa forma, a reposição hormonal do quadro, principalmente quando manifestado de forma precoce, é uma das ferramentas mais importantes para a promoção da qualidade de vida.
No entanto, ressaltamos que o protocolo jamais deverá considerar a utilização de hormônios sintéticos e, sem exceções, deve ser conduzido através de um profissional com vasta experiência em hormonologia.
Reposição significa devolver ao organismo algo que o mesmo deixou de produzir. Assim, de acordo com a indicação médica as especificidades da paciente em questão, poderão ser repostos hormônios homólogos humanos como estradiol, progesterona e testosterona.
É necessário ter muito cuidado para não realizar a reposição da menopausa através de hormônios sintéticos medicamentosos, que não irão resolver os problemas hormonais e poderão agravar a saúde feminina.
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Respostas de 2
Entrei na menopausa com 38 e já estou com 44 e tomando hormônios (Natifa Pro), que minha médica recomendou, inclusive já tomei Libian que não resolveu e cada vez piora os sintomas 😭
Eu também tô passando por isso, tenho 37 anos mas já tem uns 6 anos que notei os sintomas. Só uso progesterona base.