A ocitocina é o que chamamos comumente de “hormônio do amor”, sendo assim, muitos podem pensar que quanto maiores os níveis de ocitocina no organismo, melhor.
Contudo, não é dessa maneira que o nosso organismo age. Assim, quais são as consequências do excesso de ocitocina?
É curioso pensar que o “hormônio do amor” poderia trazer malefícios a um indivíduo, no entanto, tudo em excesso pode prejudicar, e a ocitocina não se abstém dessa regra.
Assim, continue a leitura e entenda quais são as consequências do excesso de ocitocina.
Afinal, quais são as consequências do excesso de ocitocina?
Segundo a literatura científica, a ocitocina é um hormônio que serve para regular o funcionamento de diversos processos no organismo.
Ela é produzida pelo hipotálamo – uma área do cérebro – e armazenada na glândula pituitária, um órgão do tamanho de uma ervilha, localizado na base do crânio.
Quando liberada, ela atua como um neurotransmissor, ou seja, permite a ligação entre neurônios, ativando ou desativando processos do sistema nervoso.
A ocitocina forma, junto com a serotonina, a dopamina, a noradrenalina e a endorfina, um grupo conhecido como “hormônios da felicidade”, por sua capacidade de regular as sensações humanas.
A ocitocina também tem influência nas relações sexuais.
Vários estudos evidenciaram que ela é crucial para o prazer subjetivo durante as relações, tanto para homens quanto para mulheres.
Contudo, quando desregulada, a ocitocina pode trazer diversas consequências para o indivíduo.
Segundo estudo recente, uma das contribuições para o desenvolvimento do transtorno hipersexual são níveis anormais de ocitocina, um hormônio produzido pelo hipotálamo e secretado pela glândula pituitária que desempenha um papel fundamental no comportamento sexual.
Os pesquisadores analisaram as amostras de sangue de 64 homens com transtorno hipersexual e 38 homens saudáveis e descobriram que os homens hipersexuais tinham níveis mais altos de ocitocina no sangue.
Além disso, consta na bula da solução para suplementação de ocitocina que, quando se utiliza a ocitocina por infusão I.V. para a indução do parto ou para o estímulo das contrações, a sua administração em doses excessivas produz um superestímulo uterino que pode causar sofrimento fetal, asfixia e morte, ou pode conduzir a hipertonia, tetania ou ruptura uterina.
A administração intravenosa rápida em bolus de Ocitocina em doses equivalentes a várias UI pode provocar uma hipotensão aguda de curta duração acompanhada por rubor e taquicardia reflexa.
Estas alterações hemodinâmicas rápidas podem resultar em isquemia do miocárdio, particularmente em pacientes com doença cardiovascular pré-existente. A administração intravenosa rápida em bolus de ocitocina em doses equivalentes a várias UI também podem provocar prolongamento do intervalo QTc.
Em raras circunstâncias (taxa de incidência < 0,0006) a indução farmacológica do trabalho de parto utilizando agentes uterotônicos, incluindo Ocitocina, aumenta os riscos de coagulação intravascular disseminada pós-parto.
Tem-se observado intoxicação hídrica associada à hiponatremia materna e neonatal em casos onde foram administradas altas doses de Ocitocina junto a grandes quantidades de líquido sem eletrólitos por longos períodos de tempo.
A combinação do efeito antidiurético da Ocitocina com a infusão I.V. pode causar sobrecarga volumétrica levando à forma hemodinâmica do edema pulmonar agudo sem hiponatremia.
Ocitocina: como a liberação do hormônio ocorre no corpo feminino?
A ocitocina afeta homens e mulheres de maneira diferente, especialmente em contextos sociais.
Isso pode ocorrer porque o hormônio age de maneira diferente na amígdala masculina e feminina. Esta é a parte do seu cérebro responsável pela emoção, motivação e recompensa.
Por exemplo, a oxitocina pode influenciar como as mulheres identificam quem fazer amizade e como cuidar desses relacionamentos.
Quando se trata do público feminino, a ocitocina estende suas funções.
Ele é liberado em três grandes momentos da vida da mulher: Parto, amamentação e orgasmo.
Segundo a literatura científica, quando liberada perifericamente pela neuro-hipófise, atua como um hormônio que estimula a contração uterina no parto e a secreção do leite durante a lactação.
Entre os efeitos físicos da Ocitocina podemos citar:
- Contrações uterinas no trabalho de parto e parto;
- Contrações dos alvéolas mamários levando a ejeção do leite;
- Vasodilatação, aumentando o diâmetro das artérias, inclusive as Coronarianas, podendo prevenir Isquemia e reduzir a Pressão Arterial;
- Aumenta o suprimento sanguíneo para a pele, podendo acelerar a cicatrização de lesões.
Ainda que não seja recomendado pela Organização Mundial da Saúde, a ocitocina sintética é utilizada de forma rotineira em muitas maternidades brasileiras, com o objetivo de aumentar e acelerar as contrações.
Ocitocina: como o hormônio funciona no corpo masculino?
Segundo a literatura, quando a ocitocina é liberada no organismo masculino, ela aumenta a sensibilidade do pênis durante o contato sexual e aumenta a frequência das ereções. Também melhora a ejaculação pela contração estimulante das vesículas seminais, túbulos seminíferos, epidídimo e da próstata.
A liberação de espermatozóides também é reforçada pela oxitocina. Após o orgasmo a oxitocina induz a sonolência nos homens.
No homem, a ocitocina aumenta o volume de esperma e intensifica a experiência do orgasmo. Outros benefícios demonstrados em estudos estão relacionados ao aumento de hormônios anabolizantes como a testosterona e o IGF-1, relaxamento muscular resultando na diminuição em sintomas de fibromialgia e na diminuição da hipertensão arterial e da vasodilatação coronariana.
Há evidências de que a paternidade também estimula a liberação de oxitocina nos pais.
Um estudo de 2010 descobriu que tipos específicos de interação entre pai e bebê levaram a níveis mais altos de oxitocina. Isso inclui direcionar a atenção do bebê para certos objetos e incentivá-lo a explorar.
É possível controlar o nível de ocitocina no corpo humano?
Apesar de a ocitocina ser um hormônio desejado por muitos, quando em excesso pode trazer complicações para o indivíduo.
Nestes casos, busca-se uma maneira para diminuir e controlar os níveis de ocitocina no corpo, ao invés de potencializá-los como muitos procuram.
Naturalmente, no organismo humano produz um inibidor da ocitocina, o cortisol, hormônio produzido pelas glândulas supra-renais, causa os efeitos opostos, como o aumento da ansiedade.
Estresse, pensamentos negativos, medo, ansiedade e sintomas relacionados à depressão diminuem o nível desse hormônio no organismo e, consequentemente, seus efeitos relacionados ao afeto e sociabilidade.
Além disso, no estudo sobre hipersexualidade, os trinta homens com transtorno hipersexual passaram por um programa de terapia cognitivo-comportamental e viram uma redução significativa em níveis de ocitocina após o tratamento.
Portanto, é possível, sim, diminuir os níveis de ocitocina no organismo nos casos em que ela estiver desregulada.
Diante dessa perspectiva, e de tudo comentado ao longo do artigo, podemos evidenciar a importância de níveis equilibrados do hormônio ocitocina no organismo humano para a obtenção do bem-estar, qualidade de vida e uma longevidade mais saudável.
Respostas de 2
A oxitocina é recomendada em caso de depressão… ansiedade?
A Oxitocina poderia causar relaxamento mental para sono tranquilo e sem pesadelos?