A vitamina D ganhou destaque desde o início da pandemia. Mas há tempos a ciência já alerta sobre seus benefícios e sobre a importância de manter os níveis de vitamina D no organismo adequados.
Afinal, por que a vitamina D é tão importante? E o que a sua falta acarreta?
Existem doenças que podem ser prevenidas com a vitamina D? A suplementação de vitamina D deve ser feita por todas pessoas?
É sobre isso que falaremos, confira!
Para que serve a Vitamina D?
O nosso organismo funciona como uma máquina bem azeitada, na qual alguns componentes têm ação essencial para a manutenção saudável de estruturas.
Esse é o caso da vitamina D, que tem papel essencial na manutenção da saúde dos ossos.
Além disso, essa vitamina está relacionada à saúde mental, controle da glicemia (açúcar no sangue) e imunidade.
Por isso, estudos foram feitos para avaliar a importância da vitamina D na prevenção de infecção pelo novo coronavírus.
De acordo com o estudo de Ali (2020), a vitamina D reduz o risco de infecções respiratórias agudas, bem como pneumonia.
Isso se deve, pois, a vitamina D inibe diretamente a replicação viral, por meio de vias anti-inflamatórias e de modulação imunológica.
Ou seja, essa vitamina pode ajudar o organismo a ter uma resposta mais adequada frente ao vírus.
Assim, muitos pesquisadores recomendaram que pessoas que já apresentavam níveis baixos de vitamina D deveriam fazer a suplementação.
Com a chegada da pandemia, o assunto a respeito do papel da vitamina D na prevenção ou melhora de casos de infecções respiratórias ganhou destaque maior ainda.
Outro estudo, de 2017, mostrou que a suplementação de vitamina D pode reduzir sensivelmente infecções pulmonares agudas.
Esses estudos foram muito importantes porque analisaram outros estudos (sendo meta-análises) e também analisaram pacientes que tiveram infecções e tiveram a quantidade de vitamina D no sangue mensuradas.
Não podemos deixar de mencionar o papel importante da vitamina D no controle da obesidade.
Indivíduos que sofrem com excesso de peso, com índice de massa corpórea acima de 30 costumam apresentar valores bem baixos de vitamina D.
Benefícios da vitamina D
Já deu para entender como a vitamina D é importante, não é mesmo?
De fato, a vitamina D é lipossolúvel e ajuda na absorção de cálcio e, por isso, tem papel essencial na manutenção da saúde dos ossos.
Mas seus benefícios vão muito além da manutenção da saúde óssea e melhora da imunidade.
Baixos níveis de vitamina D foram relacionados ao desenvolvimento de problemas mentais, tais como esquizofrenia e depressão, por exemplo.
Além disso, há relação de baixos índices de vitamina D com o desenvolvimento de doenças crônicas, tais como pressão alta, diabetes e doenças autoimunes, por exemplo.
Quais são os níveis ideais de vitamina D?
A melhor forma de medir se seus níveis de vitamina D estão ideais é por meio de um exame de sangue.
Esse exame de sangue consegue medir a quantidade de vitamina D.
Níveis ideais são considerados acima de 20 ng/mL de sangue.
Mas, para pacientes considerados “de risco”, ou seja, pacientes com diabetes ou que já possuem doenças crônicas, os valores devem ficar acima de 30 ng/mL.
Mas quem são os chamados “pacientes de risco”?
Pacientes de risco são pacientes com alguma doença crônica, tais como diabetes, ou problemas renais, pacientes com obesidade ou problemas imunológicos.
Além disso, pacientes que já apresentaram alguma perda óssea, como os que têm osteoporose, também podem ser considerados pacientes cuja quantidade de vitamina D deve ser monitorados.
Alimentos com vitamina D
A principal fonte de vitamina D é o sol. Por isso, é essencial que todos fiquemos expostos ao sol por pelo menos 15 minutos diariamente.
De fato, a vitamina D também é conhecida popularmente como “a vitamina do sol”.
Infelizmente, o uso de protetor solar bloqueia a absorção de raios UVB, que são os raios de sol necessários para estimular o organismo produzir vitamina D naturalmente.
Com receio de câncer de pele, a população tem se exposto cada vez menos ao sol, o que faz com que os níveis de vitamina D no organismo da população tem estado cada vez mais baixo.
Mas, embora o sol seja a principal fonte de estímulo de produção de vitamina D pelo nosso organismo, há também alimentos que contêm vitamina D.
As principais fontes de vitamina D nos alimentos são carnes animais, leite e ovos.
Assim, podemos citar como fontes de alimentos com vitamina D os peixes como salmão, sardinha, carne vermelha, fígado e queijos.
Indivíduos veganos
A preocupação maior é com veganos, que não consomem nenhum produto de origem animal.
Esse público deve fazer suplementação de vitamina D, uma vez que essa vitamina não é encontrada em frutas, legumes ou grãos, que compõe a base da alimentação de veganos.
Podemos encontrar a vitamina D nos subtipos D2 e D3 nos alimentos. Elas recebem os seguintes nomes: ergocalciferol ou vitamina D2 e de colecalciferol ou vitamina D3.
A seguir, uma tabela da Sociedade Brasileira de Endocrinologia sobre a quantidade de vitamina D nos principais alimentos que a contém.
Alimento |
Porção | Conteúdo de vitamina D por porção |
---|---|---|
Salmão selvagem |
100 g |
~ 600-1.000 UI de vitamina D3 |
Salmão de criação |
100 g |
~ 100-250 UI de vitamina D3 |
Sardinha em conserva |
100 g |
~ 300 UI de vitamina D3 |
Cavala em conserva |
100 g |
~ 250 UI de vitamina D3 |
Atum em conserva |
100 g |
~ 230 UI de vitamina D3 |
Óleo de fígado de bacalhau |
5 mL |
~ 400-1.000 UI de vitamina D3 |
Gema de ovo |
1 unidade |
~ 20 UI de vitamina D3 |
Cogumelos frescos |
100 g |
~ 100 UI de vitamina D2 |
Cogumelos secos ao sol |
100 g |
~ 1.600 UI de vitamina D2 |
Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia
Falta de vitamina D sintomas
Quando os níveis de vitamina D estão baixos no organismo, é possível que você sinta algum sintoma.
Dentre esses sintomas, podemos citar fraqueza, dor óssea e desânimo.
Doenças como raquitismo, além de osteoporose podem ser ligadas à falta de vitamina D no organismo.
Ou seja, em crianças, leva a deformidades ósseas e até alterações no crescimento.
Nos adultos, os ossos tornam-se frágeis e com maior risco de fraturas.
Outros problemas, como doenças cardíacas e até alguns tipos de câncer podem ser prevenidas com níveis adequados de vitamina D.
Excesso de vitamina D
O consumo em excesso de vitamina D, sobretudo quando o indivíduo faz suplementação e consome algo como 10 vezes a dose recomendada diária, por um longo período, pode levar à intoxicação.
A intoxicação por vitamina D leva a sintomas de náuseas e vômitos.
Além disso, há elevação da pressão arterial e com esse excesso de vitamina no organismo, o cálcio pode se depositar nos rins, por exemplo, gerando danos permanentes.
Portanto, a dose diária de vitamina D, quando há suplementação, deve ser respeitada e recomendada por um profissional da área médica.
A suplementação de vitamina D é bastante segura e deve ser indicada, sobretudo para pacientes que já fizeram o exame de sangue de dosagem.
Há diversas metodologias, conforme o quadro de saúde de cada paciente.
Suplementação de vitamina D – é recomendada?
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia é categórica afirmar que a suplementação não deve ser feita para todos e que grupos de risco devem, primeiramente, dosar a quantidade de vitamina D no sangue.
Mas, conforme o estudo de Ali (2020), a suplementação de vitamina D tem papel importante para melhorar a imunidade, o que em tempos de pandemia, parece muito importante.
Assim, os chamados “grupos de risco” devem ter a quantidade de vitamina D no sangue medida e se submeterem à suplementação, caso apresentem valores baixos.
Para pacientes com osteoporose, por exemplo, recomenda-se a suplementação com doses diárias de 1.000 a 2.000 UI, sendo essa uma dose segura.
Já para pacientes obesos, ou que se submeteram à cirurgia bariátrica, a recomendação pode ser de até 10x a dose habitual.
Conforme já explicado, vegetarianos, mas sobretudo indivíduos veganos devem se submeter à suplementação de vitamina D.
Isso é porque a vitamina D não é encontrada nos alimentos que os veganos geralmente consomem, mas sim nos alimentos que eles não consomem, como carnes, leite e ovos.
Vitamina D para crianças
As crianças devem ser sempre estimuladas a fazerem atividades ao ar livre, em contato com o sol.
Quanto mais as crianças se expuserem ao sol, menos terão que se preocupar com doenças como raquitismo.
Devido à grande preocupação de pais a respeito da relação vitamina D e COVID-19, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu um comunicado em 21 de Abril de 2020 a respeito disso.
De acordo com a SBP: “Em indivíduos normais, os depósitos de vitamina D no organismo são suficientes para preservar os níveis séricos normais, mesmo havendo exposição limitada à luz solar.
Portanto, não existe indicação de suplementação de vitamina D durante a quarentena da Covid-19”.
A suplementação, de acordo com a SBP, deve ser feita nos seguintes casos, a saber:
• Insuficiência ou deficiência comprovada por exames de sangue;
• Doenças que contraindiquem exposição à luz do sol, como, por exemplo, lúpus eritematoso.
Conclusão
A vitamina D é essencial para o nosso organismo e sua principal fonte é a exposição ao sol.
Existem alguns alimentos que contêm vitamina D.
De fato, para pacientes de risco a quantidade de vitamina D no sangue deve ser monitorada.
Caso os valores apresentem-se baixos, a suplementação é indicada.
Uma resposta
Ótimo site!
Parabens!!!
Desejo-lhes sucesso.